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11 de julio de 2007

MOMENTOS... um pedaço de a vida deles moldado por uma história de bonitas recordaçoes

Momentos” é o título do livro de Cristiano Ronaldo, produzido pela editora Ideias & Rumos, de Pedro Paradela de Abreu, foi escrito pela jornalista Manuela Brandão e é ilustrado com fotografias do fotojornalista Jorge Monteiro (ambos da Gestifute Media). O prefácio foi escrito por Bobby Charlton, figura emblemática do Manchester United e também do futebol mundial.

A obra, de 176 páginas, não é uma biografia, antes pretende dar a conhecer algumas histórias já vividas pela estrela do Manchester United, aliás a exemplo do que o título do livro sugere.

Hoje apresentámos alguns extractos do primeiro capítulo do livro.

“Timor, 2005
O avião tinha acabado de tocar o solo da pista do Aeroporto de Comoro, em Díli. Espreitei pela janela e o que vi deixou-me boquiaberto. Uma pequena multidão aguardava, pacientemente, a minha chegada, com máquinas fotográficas ou câmaras de filmar numa mão e pedaços de papel em branco ou posters de boas-vindas na outra. Foi impressionante, mas nada que se comparasse com o que me esperava no resto do dia que passei na capital de Timor-Leste. As ruas encheram-se de um mar de gente. Todos para me verem, para me acenarem, para obterem um sorriso, uma saudação, uma palavra, um autógrafo, uma fotografia minha. Emocionei-me. Fiquei impressionado com o interesse de todo aquele povo por mim…
...Fomos para o estádio. Presenciei algo como nunca tinha imaginado: mais de 20 mil pessoas à minha espera, a gritarem por mim. Senti uma grande emoção e, ao mesmo tempo, um pouco de receio. Mas Xanana Gusmão não estava a mentir: escoltou-me, vestiu ele próprio a pele de segurança e abriu caminho para eu passar, esforçando-se por convencer os timorenses a afastarem-se para eu entrar no recinto. Os polícias, contagiados pela multidão, tiravam fotografias!… Foi difícil, mas conseguimos subir até à tribuna do estádio. Um verdadeiro delírio. Xanana Gusmão foi o primeiro a dirigir-se à multidão. Pediu calma e alertou para os perigos de uma tragédia se a multidão não se contivesse, numa tentativa de serenar a euforia. Quando chegou a minha vez de falar, agradeci, do fundo do coração, as honras de estado que tinha recebido, o carinho, o apoio, o amor que senti durante aquele memorável dia.
…A minha professora do quinto ano também teria ficado surpreendida se tivesse assistido àquele episódio. E hoje não posso deixar de sorrir quando recordo a preocupação dela sempre que me via chegar à aula – algumas vezes atrasado... – com a bola na mão. “Ronaldo, larga a bola”, dizia uma e outra vez. “A bola não te vai dar de comer. Não faltes às aulas, porque a escola é que é importante para ti e não a bola, que não te vai dar nada na vida”. Estava a entrar no avião em Dili e lembrei-me destas suas palavras. A vida é uma caixinha de surpresas. Na altura ouvia e não ligava. Mas hoje percebo-a. E, apesar de ela ainda continuar a dizer à minha mãe e à minha tia que nunca mais vai fazer este tipo de comentário com nenhum aluno, acho que ela fez bem e que deve manter a sua pedagogia. Fez o seu papel de docente e foi um bom conselho, porque nunca se sabe o dia de amanhã. Eu é que nunca lhe dei ouvidos.” …

Hoje revelamos excertos do terceiro e do quarto capítulo de “Momentos”.

“Brincar com a bola para aliviar a pressão

…Os mimos que dou à bola e o gosto por me entreter a fazer malabarismos são mais fortes do que eu. Fazia-o quando jogava na rua, continuei a fazê-lo ao longo de todo a minha formação e ainda o faço. E assim há-de continuar a ser. Porque esse é que é o verdadeiro Cristiano Ronaldo. Acredito que quando as pessoas me vêem no relvado a brincar com a bola, antes do início do período de aquecimento, possam ser tentadas a pensar que se trata de uma operação de charme ou de um acto exibicionista. Está enganado quem pensa assim …
… Antes dos jogos – seja do clube seja da selecção – tenho sempre o mesmo cerimonial. Assim que o treinador divulga a constituição da equipa, vou imediatamente para o balneário e começo a dar toques na bola. Saímos para o aquecimento e enquanto não começam os exercícios físicos dou continuidade às minhas habilidades. Pego na bola, passo-a debaixo de um pé, depois do outro, elevo-a, acaricio-a, enfim, divirto-me com ela. Faço-o por puro prazer, mas há ainda outra razão: quebrar qualquer stress que me possa atacar antes de começar qualquer encontro. Os meus companheiros, quer sejam do clube quer sejam da selecção nacional portuguesa, podem atestá-lo, porque já me conhecem bem. É a minha forma de desanuviar, de afastar a pressão do jogo, de me tranquilizar, de serenar, de descomprimir.” …


"Banda Aceh, Martunis


…As imagens que foram passando nas televisões sobre a tragédia do Tsunami ocorrido na Ásia a 26 de Dezembro de 2004 deixaram-me horrorizado. De um momento para o outro, vários países do Indico foram assolados por ondas gigantescas, provocando um rastro absurdo de devastação e, mais dramático ainda, quase 280 mil mortos e milhares de desaparecidos. A Indonésia foi o país que mais sofreu com o desastre. Seis meses depois desta catástrofe, estive lá. …
… O que encontrei foram pessoas de grande coragem e com grande vontade de viver, empenhadas em construir o futuro e em enterrar o passado, em reconstruir os seus locais de habitação, porque em termos emocionais é impossível a quem os viveu esquecer todos os momentos do tsunami e tudo o que a ele se seguiu. Um drama terrível.
…Mesmo ainda a acordar da dor, a população recebeu-me com um sorriso e revelando um extraordinário carinho. Agradeci a Deus por, de alguma forma, ter contribuído para que, momentaneamente, se esquecessem da tragédia. Ri com as pessoas, incentivei-as, acarinhei-as. E elas retribuíram com os olhos brilhantes de esperança no futuro e a quererem acompanhar-me para todos os locais que ia visitar, fosse a pé, de autocarro ou de moto…
…Foi aqui, também, que se deu o meu reencontro com Martunis, um menino indonésio de sete anos e de grande coragem, que sobreviveu sozinho ao Tsunami durante 19 dias. …
… Passamos o dia juntos em Banda Aceh e, mais uma vez, senti-me atingido pelo seu olhar inocente, pela sua curiosidade, pela surpresa, pela admiração, sentimentos que não conseguiu esconder. Não posso imaginar, sequer, o sofrimento por que passou nos 19 dias em que vagueou, sozinho, sem saber notícias da família. …
… Conversávamos por gestos e com a ajuda de uma tradutora. Mas ele é tão tímido que as palavras saíam-lhe a conta-gotas. Ele estava incrédulo a observar toda aquela agitação. Ofereci-lhe uma camisola. Também recebeu de presente um telemóvel. Pediu, imediatamente, o meu número e brincámos ali mesmo. Lado a lado, ligámos um para o outro e conversamos. Quer dizer, tentámos. Para ele tudo era novidade. Abri o meu computador e os olhos dele arregalaram-se muito, porque era a primeira vez que estava perante algo do género. Entusiasmou-se quando lhe mostrei algumas fotografias minhas e vídeos de jogos. O seu olhar brilhava com tanta novidade em tão pouco tempo. Quando a população local percebeu que estávamos juntos, então foi o delírio. Por causa dele. Ele é que era o herói e continua a sê-lo. Ele é que é um exemplo de coragem. Martunis é um menino que merece tudo de bom para a sua vida. E tenho a certeza de que vai ser uma criança feliz".



Alguns momentos de Cristiano Ronaldo em indonésia e fotos da presentacion de seu livro




Cristiano Ronaldo, Aceh Indonesia




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